sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Saiba o porquê do nome: Teatro Marista "MESTRINHO" !


Irmão Mário Esdras
França, 1881 – Mendes/RJ, 1959.

A 13 de abril de 1881 nascia, na França, o menino Ephrem Jouglas. Aos 15 anos vestiu a batina da Congregação dos Irmãos Maristas e, como era costume, adotou no nome religioso de Irmão Mário Esdras. Empolgado com o ideal de servir a Deus num trabalho pastoral e educacional em outro país, inscreveu-se para ser missionário no Brasil. Em 1898, com apenas 17 anos, sem falar português, foi trabalhar em um Colégio Marista, em Minas Gerais (Congonhas do Campo). Só voltou à França, pela primeira vez, para rever seus parentes, depois de 20 anos de Brasil.
Chegou a Varginha no início de 1921, e aqui ficou por 38 anos. Foi quando ganhou o apelido de Mestre ou Mestrinho. É que era mestre e professor de quase tudo: física, matemática, desenho, francês, serralheria, rádio-técnico, relojoaria, eletricidade, mecânica, apicultura, fabricação de sabão, de bebidas, de queijo. Gostava de preparar peças teatrais e tinha dom para maquiar os atores. Por anos foi o fotógrafo oficial dos Maristas. Datilógrafo exímio e de fôlego, quando não existiam boas máquinas, nem xérox, datilografou e mimeografou as 615 páginas do livro, em francês, Vinte Anos de Brasil, (1897-1917) sobre a presença Marista no Brasil, gastando um ano neste trabalho, que fazia nas horas de folga. Criava e amestrava cães para guardar o colégio. Era ainda versado em estenografia e em medicamentos caseiros, deixando numerosas receitas. Em Varginha foi vice-diretor e historiador do Colégio Coração de Jesus. Tomou a iniciativa de levantar o Cruzeiro, que está na Avenida Getúlio Vargas e de erguer o monumento ao Fundador dos Maristas, que se encontra na Praça Champagnat. Manteve uma escola noturna, para alfabetização de adultos.
Estimadíssimo pelos ex-alunos do Colégio, mereceu da prefeitura o título de Cidadão Varginhense. Ganhou nesta cidade o nome de uma escola e de uma rua.
No dia 7 de setembro de 1959, com 78 anos de idade, faleceu na fazenda Marista São José, em Mendes, RJ., onde foi enterrado.
Dentro de um envelope grande deixou outros quatro endereçados à sua irmã e a seus três irmãos, na França. No envelope de fora, escrevera em francês, no dia 12/07/59: “Para meus irmãos, após minha morte”. “Não havia carta, mas fotos e outras lembranças, com os dizeres, também em francês: “Adeus, até o céu”“.
Varginha foi sua segunda pátria, e os amigos ex-alunos se tornaram sua família. Viveu e morreu despojadamente. É um exemplo de educador. É um protetor que temos no céu.

Professor Antônio Carlos Gomes L. Garcia
Setembro / 1997.

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